quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

I like it!

Ontem tava caminhando no Soho, em Londres, e me deparei com essas esculturas da artista Barbara Banc. Gostei muito do trabalho dela, geralmente feito com sucata, latão, alumínio e/ou chumbo. Alem disso, me lembrou muito o trabalho que meu pai fazia quando começou a trabalhar com iluminação. Lembro que uma vez ele fez uma luminária incrível (pena que nao tenho a foto) de duas patas de cavalo com 635 peças diferentes em bronze. Era demais.
Oh pai, aí vai o recado: quem sabe tu te inspira e volta a fazer luminárias esculturais! ;-)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ainsi est la vie

Segue textinho que eu escrevi semana passada, mas ainda nao tinha conseguido postar. ;-)
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De perto ninguém é normal. Poderoso dito popular esse, não?
Pois bem, não contei pra vocês, mas ando com um tipo raro de câncer. Além disso, aos meus 93 anos, minhas pernas sofrem severa paralisia e dia desses, ainda criança, estive tentando fugir da zona de combate no Oriente Médio.
É assim que tenho me sentido ultimamente, variando a causa e a conseqüência, mas mantendo o mesmo tema: a tal efemeridade da vida. Ando fixada na realidade crua, dura e tão distante da minha a ponto de sentir aquilo que teoricamente não me pertence. Fixada também pelos acasos da vida que de uma hora pra outra surgem e são capazes de girar em 360 graus a nossa realidade, trazendo a tona um novo ângulo, uma nova maneira de ser.
Não é preciso ler um livro de auto-ajuda pra saber que o primeiro sentimento ligado a isso é "Me dá uma cerveja, que quero aproveitar a vida loucamente". Parece que só nessas horas nos lembramos que temos pernas, fôlego e tudo o que um ser humano precisa pra viver bem. Engraçado que, nesses “tempos de combate” vamos chamar assim, tenho me deparado com outro sentimento junto ao de "a vida é bela". É o sentimento "e se fosse eu?", "Qual é mesmo o sentimento dessa pessoa? Como eu reagiria? Quais os medos, desejos e esperanças que essa situação evoca?" E mais, "Que impotência da porra em não poder fazer nada pra ajudar", ou ao menos se sentir assim, sem saber como ajudar.
É por isso que digo que ando com um pouquinho dos males desse mundo. Com direito a uma boa dose de imaginação e realidade, misturados com alguns embrulhos no estômago, calafrios na espinha, suspiros e até umas lagriminhas.
A gota d'agua foi semana passada. Tive de ir ao hospital ver uma amiga. Ela havia ido ao médico por causa de um pelo encravado. E do nada o pelo encravado virou uma bola, que virou uma cirurgia de urgência na mesma hora, com direito a anestesia geral e tudo. Não adianta, essas coisas sempre me impressionam. Como um pelo encravado pode levar a um quadro desses? Já tava indo naquele clima "putz, odeio hospital". Se em pensar em doença já fico mal, quem dirá ver, sentir o cheiro e etc! Tenho que trabalhar isso, eu sei, nem condiz com essa minha psicológica "época de combate", mas realmente tenho pavor de hospital. Mas ok, tava no caminho do tal hospital ouvindo um Little Joy no iPod pra relaxar de toda essa situação inesperada que aconteceu com a minha amiga quando encontrei um colega de aula Iraniano. Papo vai papo vem ele me contou que tava indo ver a irmã no mesmo hospital. Que ela tinha 30 anos e estava com câncer desde os 26! Que teve momentos em que a perspectiva dela era um mês de vida (Imagina isso!), mas que agora estava tudo sob controle, que ela apenas trocava todo o sangue de 4 em 4 meses. No fim falou que obviamente não era fácil lidar com tudo isso, principalmente com a insegurança dela com relação à própria vida e morte, mas que ela era super forte e tal.
Há essas alturas dos acontecimentos já tava com um embrulho no estômago, mas consegui ser positiva e me dar conta que "quando o ser humano realmente precisa é que ele traz a garra a tona e se torna mais forte do que nunca, superando o que quer que seja. Quando o rombo é grande, somos leões. Quando são bobagens do cotidiano e da vida, pequenezas que nos chateiam parece que esquecemos esse leão adormecido e deixamos que as bobagens tomem conta, ocupem mais espaço do que deveriam. A valorização do que quer que seja está intrinsecamente relacionada a momentos de dureza e sofrimento. Ainsi est la vie."
Enfim, como de costume, despejo minhas doenças aqui no intuito de contagiar você de alguma maneira. Vou dormir e hoje espero sonhar que eu sou um pássaro, sobrevoando um marzão azul, com uma cachoeira ao fundo e um sol lindo no céu. Já que a realidade ta osso duro de roer, aos menos sonhemos dormindo e de vez em quando lembremos de fechar a janela da realidade (ou abrir se o seu caso for o contrário?) e sonhar acordado também.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

?

Como uma erupção cheia de pus e um cravo cavernoso das trevas podem fazer o ser humano salivar?
Porra, será que alguém sabe explicar porque é tão prazeroso espremer uma simples espinha ?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Meu avô merece um Blog!

Gente
to pensando seriamente em escrever um blog pro meu avô. Ele é um velhinho amado de 89 anos, com uma lucidez impressionante, uma cultura desumana e uma vontade louca de contar a sua versão da história. Sim, ele viveu intensamente a história que lemos nos livros quando eramos crianças. Pra entender um pouco mais leia um post antigo sobre o assunto aqui. Ocorre que atualmente ele esta praticamente cego e me pego emocionada quando recebo os emails da minha tia com textos que ele gostaria de publicar na internet.
Ele escreve diariamente com uma lupa, numa máquina de escrever.
Juro!! Coisa mais amada do mundo.
Atualmente ele tem escrito uma espécie de livro onde ele conta a versão que ele conhece da história e nao a contada em livros por aí..

Enfim, o que nao sei bem é como fazer isso?! Ele vive na Argentina, mas eh Tcheco. Eu sou Argentina, Brasileira e agora vivo em Londres. Entao, escrevo em espanhol, português ou inglês? uahuhauha Acontece que sou uma Argentina de araque porque nao sei escrever bem em espanhol, em inglês ia ser um diálogo limitado porque tô aprendendo, e em português nao vejo muito sentido. Quem se interessaria por essa história no Brasil?
So, help me please? Alguma sugestã?

obs: tem alguem aí? cadê o povo dessa tenda...;-(
obs2: sei que o post é meio grandinho, mas se você tiver saco vale a pena ler até o fim. ;-)

So pra vcs terem uma idéia do que eu tô falando segue na integra o email que recebi ontem da minha santa tia:

From:
susana kaderabek
Sent:
Wednesday, January 07, 2009 5:08:04 PM
To:
luana kaderabek (luakaderabek@hotmail.com)

Hola Lu, cómo estas???Me imagino que muy bien y muerta de frio.

Te cuento que Papá escribió algo más sobre su padre y me está volviendo loca para que te lo mande, quiere que lo pongas en internet. No sé si se podrá pero te mando lo que te escribió.
Esto es lo que me mandó:

Querida Luana:Te felicito por haber podido poner el nombre de mi padre en el Internet Internacional.Si bien en el libro se habla del episodio de los refugiados en el buque "Cabo de Hornos" sería muy interesante si pudieran completarlo con el contenido que te mando ahora, más completo que el libro y absolutamente auténtico.Hasta ahora no se conoce ningún nombre de los descendientes de los entonces 86 refugiados.Es importante señalar que el único que consiguió un éxito cuando todo parecía perdido fué mi padre.
Muy FELIZ AÑO para ti y Joao de tu abuelo.
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En 1941 salió de un puerto francés el buque español "Cabo de Hornos" con 86 refugiados judios, eran checoslovacos.He aquí un resumen de lo que pasó, después de 70 años de silencio.

En 1941 salió de un puerto francés el buque español "Cabo de Hornos" con 86 refugiados judios, eran checoslovacos.He aquí un resumen de lo que pasó, después de 70 años de silencio. Ninguno de los refugiados tenía una Visa para algún país. Llegaron a Brasil y se les impidió desembarcar. Siguieron hasta Buenos Aires y, no obstante las innumerables negociaciones que se hicieron el gobierno impidió su desembarco y ordenó que el buque regrese a Europa.
Todos los refugiados declararon que preferían suicidarse porque los esperaba la Gestapo.Con el buque ya en camino, el Ministro de Checoslovaquia en Argentina, Dr. Francisco Kaderabek logró comunicarse con el Presidente Roosvelt.

Le dijo lo que estaba pasando y Roosvelt de entrada le dijo: "Porque me llama a mi?" y entonces el Dr. F. Kaderabek le iunformó que era Masón Grado 33, lo mismo que Roosvelt, por lo tanto hablaban de igual a igual.El tono del Presidente cambió, fué muy amable y le dijo al Dr. F.K. que le iba a solucionar el problema con la ayuda de la Reina Juliana (de Holanda), ésta efectivamente accedió para que desembarquen en Curaçao.
El Presidente Roosvelt le pidió al Dr. F.K. lo siguiente:
1º Que se haga responsable por los 86 refugiados, el Dr. F.K. dijo que si, aunque hacía poco tiempo los alemanes le habían confiscado todos su bienes en Praga
2º Que no se dé la noticia a la prensa el relato de ésta conversación mientras él viva.

Mi padre cumplió y además él tampoco lo daría a conocer mientras viva.
Para poder comunicarse con el Presidente Roosvelt el que lo ayudó fué su amigo Norman Armour, entonces Embajador de los Estados Unidos en Argentina,que ledió un número secreto para llamarlo, con la promesa de no revelarlo a la prensa.Falleció en 1967.

Pasaron 70 años y creo que sería justo conocer que la única persona que salvó a los 86 refugiados fué el Ministro Francisco Kaderabek.

En estos días la más importante de las organizaciones de Israel están tratando de ubicar a algún descendiente de los originales 86 refugiados.

Les mando un beso grande y muchas gracias

Tu abuelo

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

FELIZ 2009




Ao invés de fogos de artifício, bombas.
Ao invés de votos de paz, guerra.
Ao invés de confetes de felicidade, lágrimas de desamparo.
Ao invés de esperança, medo. 
Ao invés de sonhos, destruição.

Difícil começar o ano novo com votos de amor, saúde e tudo mais que a gente merece sabendo que tão perto existem pessoas morrendo num conflito sem fim entre Palestinos e Israelenses. Mais triste é a sensação de impotência perante tudo isso.

O amargo da champagne é inevitável.