quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Abrindo a alma

Costumo escrever no blog sobre coisas que gosto e que acho que meus singelos leitores vão gostar, geralmente os posts são em torno de meus temas preferidos: psicologia, artes, comunicação em geral e as vezes uns contos autorais.

Raramente falo sobre mim, porém as vezes falo sobre questões que me rodeiam, mas que fazem parte de um contexto maior presente na vida de cada um de nós e por essa razão penso que é gostoso de ser compartilhado.

Pois bem, aproveitando a inspiração de hoje, quero ir na contramão e falar exclusivamente de MUÁ. É que me animei lendo blogs de pessoas tão sinceras consigo (resquícios também do post anterior sobre ser sincera consigo mesma) como é o caso do Leonardo e da Gis e que conseguem trazer a tona seus sentimentos, como se estes estivessem expostos num varal, onde todo mundo pode ver, tocar, ajudar a mudar as coisas de lugar, independente se isso é de interesse geral ou não, se é bom ou ruim...
Pra mim esse é um canal virtual de troca de idéias em primeiro plano, mas também é onde muitas vezes exorcizamos nossos pesares e alegrias através das palavras. O que vamos combinar que nos poupa uma boa grana em terapia -auahuahauh!

Comecemos do começo. Sempre fui filha da crise, mas ao contrário das crises confusas e singelas dos meus anos juvenis a crise que me assombra agora é madura, clara como a água e forte como uma tormenta.

Não sei o que quero ser quando crescer. Mas a questão maior é que já cresci e continuo sem saber. Ohh God! ;-P

Trabalhei minha vida inteira, 9 anos, com comunicação, passando pelo mkt e RP, pelas produções publicitárias e pelas produções de eventos. Período rico em aprendizado, onde tive a sorte de participar de grandes projetos na Escala, por exemplo, onde fiquei meus últimos cinco anos e que me deram uma grande bagagem nas costas e agora até uma saudade daquela vida agitada e maluca, pois faz seis meses que larguei tudo pra tentar algo novo.

Em todo esse período imerso na minha profissão sempre me questionei duas coisas fortemente:
1. Que gostaria de trabalhar com algo mais específico, mais técnico, como é o caso dos médicos. Me incomoda saber que qualquer um pode trabalhar com comunicação enquanto só os médicos, por exemplo, são credenciados pra fazerem o seu ofício. Ou seja, pra que fiz a porra da faculdade se qualquer criatura pode fazer o mesmo? E me incomoda ver que, por trabalharmos com o subjetivo e com o abstrato muitas vezes, as coisas se arrastam e demoram pra se concretizar. Não é como numa operação, em que tu sai de lá, tem o período de recuperação e pronto. Na área da comunicação as coisas podem acontecer do dia pra noite ou podem nunca acontecer..muitos processos sao lentos e loucos.

2. Que gostaria de trabalhar com algo mais "bonito", no sentido de ajudar pessoas ou no mínimo ajudar a termos um mundo melhor. Ou sendo mais sucinta ainda, algo menos "vazio" e com um conteúdo mais relevante pra mim e pro mundo. Algo que eu me identifique fortemente.


Epa, epa, antes que surjam os ataques, nesse meio da comunicação e da publicidade tem muita coisa relevante, interessante e que possibilita termos um mundo ou um micro contexto melhor.
Mas o diabinho que habita dentro de mim muitas vezes palpitou que algo faltava. Muitas vezes tive a sensação que os projetos eram muito mais interessantes pra quem criava do que realmente pros que iriam usufruí-los.
O anjinho que habita em mim também me relembra que cada vez mais existem novas visões e novas maneiras de fazer o mesmo velho negócio, como é o caso dos meus amigos da Maria Cultura, por exemplo. Ajudei eles dois anos atrás a fazer o planejamento da empresa e na ocasião virávamos noites felizes da vida com a possibilidade de uma nova realidade que veio a ser a Maria. É uma questão de usar criatividade, de ter perseverança e a persuasão pra implantar determinado projeto bacana.
Uma área que admiro muito e nunca tive oportunidade de me aprofundar é o planejamento, onde tens a oportunidade de nortear toda a comunicação da empresa, dando um novo sentindo mais relevante e tudo mais. Enfim, tem coisa boa, tem coisa ruim, mas meu anjinho e meu diabinho sempre se bateram de frente e cá estou dividindo tudo isso com você. ;-)

O que sei é que larguei tudo pra me jogar em Londres, me jogar em algo desconhecido, dar um tempo, ter um novo desafio, olhar de fora da bolha e ter a possibilidade de rever tudo o que eu quisesse assim como experimentar coisas novas, viajar mais.
Primeiro queria melhorar o inglês e depois, no caso agora, decidir o que fazer da vida e retomar os estudos. Nossa, como gosto de estudar. E a vida de estudante?! Me sinto mais leve só de estudar inglês todas as manhãs, como se tivesse 18 anos, imagina um novo curso de especialização -uahuahuauh. Essa semana tive pesquisando cursos pra ver onde meu olhinho ia brilhar.

Pontos de interrogação me desconcertam. Decidir por algo novo ou permanecer na mesma linha de trabalho de repente só mudando o foco? Tenho 28 anos, não sou uma velha, o corpinho continua o mesmo-uahuaha- mas não me sinto confortável pra fazer escolhas erradas. Pra uma canceriana como eu, escolher é uma das tarefas mais difíceis. Mas uma escolha eu já fiz, que é ser feliz e fazer o que gosto. Pra mim isso é mais importante que qualquer dinheiro nesse mundo. E dinheiro é importante também, por isso fazer o que gosta significa fazer bem feito. Ai começamos a nos entender: dinheiro=prazer=realização.

Minhas vertentes de interessa são:
1. Psicologia. AMOOOOOO. Sempre foi meu barato. Sou daquelas que compra livro de Freud e Jung e artigos malucos só pelo prazer de ler sobre o assunto.

2. Arte / Design. AMOOOO. Amo como admiradora, como inspiração, como crítica, como prazer em viver rodeada de arte e bom gosto.

3. Escrever/ler. AMOOOOO. Descobri a escrita e como a maioria de vocês que tem blog, acho cada vez mais gostoso e interessante escrever. Qualquer cena, palavra, sensação pode se transformar em um texto...vivo com meu caderninho de idéia saboreando cada insight por mais que seja uma bobagem escrita só pra mim e mais ninguém.

4. Cozinhar. ADOROOO. Descobri a cozinha aqui em Londres  e acho uma delícia, um mundo divertido de improvisação e experimentos. Mas não me vem com uma receita, que não consigo seguir a risca, quando vejo tô inventando as maiores bizarrices da culinária. 

5. Comunicação. ADOROOO a parte estratégica, pensar uma ação ou criar um projeto bacana. Odeio a parte burocrática e as hierarquias presentes em qualquer empresa...

Ontem iniciei minha pesquisa de cursos e teve um que brilhou meus olhinhos chamado "Art Terapia". Bah, lincar arte com terapia seria um sonho, duas linhas que adoro e que fazem parte da minha vida diariamente. Depois vi um sobre direção de arte em produções. Foi a única produção que ainda não me aventurei e que sempre me seduziu.
Também vi uns cursos de criatividade meio malucos, pra abrir os poros e deixar a doideira sair pra fora.

Enfim, ando confusa, pensante e achei que escrever esse texto ia me fazer bem. Pode ser um tiro no pé (Ai, ai, ai, se o Faraquinho e a Fabi me lêem me deserdam pra sempre do mundo fashion dos nossos eventos, sem viagem de volta), mas também pode fazer bem pruma alma indecisa se mexer e dar o primeiro passo.
Penso muito em psicologia e afins, mas me questiono se teria paciência. Penso também em arte e afins e me questiono se teria talento. Penso em algo que seja um pós na minha área de RP e que traga mais conteúdo estratégico que tanto gosto ou algo mais social..antropologia, por exemplo, seria uma deli.

Talvez esteja sendo romantica demais.  Existe trabalho ideal? Será? Será que um dia vou ter alguma certeza? Porque é tão difícil decretar um caminho? Quantos leões  precisam morrer pra nos descobrirmos por inteiro? Existe alguém do outro lado que sente essas mesmas inquietações? Abre a porta que eu quero descer...


Ok, sem tanto drama...opções não faltam, é uma questão de seguir o coração, dar um passo de cada vez e se dedicar. 

Não tô acostumada a abrir minha alma dessa maneira, por isso colabore com meus anjinhos e diabinhos e traga sua experiência e suas opiniões. ;-))

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Desconstruindo meu ser

A cena rolou no metrô de Londres. Cidade supostamente cosmopolita e de primeiro mundo, onde educação e cultura fazem a diferença. E muitas vezes fazem mesmo, já outras vezes nos perguntamos se não somos todos farinha do mesmo saco podre.

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Cena by John:
- Entro no metrô lotado, consigo um lugarzinho ao sol e na minha frente vejo esparramado o típico familião: mãe, pai e duas crianças entre quatro e sete anos. Cada um sentado em um lugar. Pra começo de conversa isso já significa que muitas pessoas estão se espremendo em pé enquanto os filhotes ocupam acentos de gente grande. Mas ok, nem entremos nesse detalhe. Eles estão ali, bem confortáveis até que se pára na frente um senhor caindo aos pedaços. Velhinho mesmo, todo fodido. Ao contrário daqueles velhotes mais energéticos esse tava mais prum tipo coitadinho, curvadinho, pequenino, sabe?! Pois bem, passado alguns minutos o véio e o pai da família trocaram algumas palavras mais ou menos assim:

Véio- Será que o senhor poderia me ceder um lugar?
Pai- (Tom alterado) Como é que é??!!
Véio- Não, eh que gostaria de saber se posso sentar?
Pai- (Tom alterado) Não tô te entendendo??!!
Véio- (Tom coitadinho) É que tô com um problema nos joelhos e preciso sentar. Será que uma das crianças poderia me ceder o lugar?
Pai- (Tom prepotente) Claro que não. Pelo visto você tá com problema nos olhos também, pois não está vendo que tem uma pessoa sentada aqui!!

Silêncio!

John- (Queixo caído) O senhor pode sentar aqui no meu lugar. (Tava tão puto com a situação que o inglês falhou e não pode nem dizer uns desaforos pra esse pai de merda).

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Engraçado que ao ouvir essa história e condenar esse pai insensível com uma atitude escrota tão sem educação me veio a tona outra situação bem conhecida de qualquer criatura que já andou de bus, metrô ou trem nessa vida cão. Tu chega exausto pensando que é a pessoa mais merecedora daquele lugar ao sol, senta na janelinha e ao olhar de revesgueio que um senhor ou uma senhora (nem tão idosos assim, mas suficientemente idosos pra tirar seu acento) estão se aproximando a cabeça baixa lentamente, os olhos se fecham, o cochilo chega ou então o livro na mão sobe aos olhos e se torna tão assustadoramente interessante a ponto de a concentração te cegar!

Quem nunca fingiu que dormia num bus só pra não ter que dar o acento pra aquela querida senhora de pé na sua frente?!

Eu vou confessar: geralmente sou gentil e cedo meu acento a quem quer que precise, mas algumas boas vezes me fiz de louca na hora de dar o acento a idosos "saudáveis". Já velhinho caindo aos pedaços, mulher embarrigada ou gente necessitada por alguma doença "gritante" eu não consigo dar truque! Mas aqueles que penso que não vão sofrer mais que eu, eu já dei!

Mas o curioso é que quando adotei essa postura "escrotinhasemeducação" sempre precisei fingir que eu não era "escrotinhasemeducação".

Ou seja, nunca assumi nem pra mim mesma que tava sendo "fia da puta", já que nessas horas minha consciência se anulava e eu realmente fingia pra mim mesma que eu não tinha visto que era preciso levantar a bunda da cadeira. O não ceder espaço era uma desculpa pra mim mesma, onde o livro, a revista ou o cochilo sempre eram minhas legítimas bengalas.

Aprofundando: nunca consegui dar um verdadeiro truque como o que o John presenciou esses dias. Daqueles em que não te envergonhas de deixar um pobre velhinho se equilibrando enquanto estas bem sentado. Não que isso seja alguma vantagem, pelo contrário, mas tô analisando por outro ângulo.
Achei curioso relembrar toda essa situação e parar pra pensar que mesmo esse sujeito sendo um ignorante para com o próximo ele foi mais verdadeiro com ele mesmo do que eu muitas vezes sou comigo.
Enlouqueci? As vezes me esgota pensar essas bobagens...;-(

domingo, 23 de novembro de 2008

Um olhar sobre Barcelona

Becos Góticos

Sangue Latino

Carnicerias

Las palomas en La Rambla

Gaudí

El Born

Cidade "vista" pela Sagrada Família

Barceloneta

domingo, 16 de novembro de 2008

Somebody Else's Phone


Faz umas semanas que tenho acompanhado na mídia aqui de Londres a campanha da Nokia, Somebody Else's Phone .
Sempre que leio me identifico com os textos dos anúncios e fico imaginando as cenas. São jovens que, por exemplo, saem na noite, bebem todas, cometem bobagens, registram isso num filminho e depois acordam com aquele pesar de "o que que eu fiz", "não era eu que estava lá e sim um outro ser que me habita".

Só por essa perfeita leitura dos jovens e seus pesares já vale a campanha. Que por sinal é uma campanha integrada, com anúncios, filmes e web até onde eu sei. Na web você pode futricar na vida de cada uma das "personagens" da campanha. Inclusive cada um tem sua própria URL: jadesphone.com , lucasphone.com , annasphone.com .
Dá pra acessar e ler os recados, ver as fotos, vídeozitos e as músicas preferidas de cada um e tudo mais.
A idéia que a Nokia trabalhou é a de que o celular pode revelar muito da vida da pessoa. E isso concordamos né amigos, pois hoje em dia armazenas "a vida" nesses aparelhinhos.

Só achei palha que ao entrar no site da campanha tens a impressão que vais poder interagir mesmo, deixar uns recadinhos e tudo mais. Mas não, eles são quem abastecem o site com conteúdos novos de tanto em tanto tempo e nos só vamos lá só pra conferir mesmo!
De repente até o final da campanha surgem novidades de interação com esse trio! Vai saber... ;-)

sábado, 8 de novembro de 2008

Origamis por Won Park

A minuciosa arte de transformar um simples dólar em um origami sofisticado é a especialidade do artista Won Park. Sua inspiração transita entre bichanos exóticos a naves espaciais, chegando a produzir réplicas incríveis das séries Star Wars e Star Trek.

Clique aqui e confira outros trabalhos de Park.









sexta-feira, 7 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obama Baby

Todo dia recebo do Urban Dictionary, via mail, as palavras destaque do dia. Essas palavras são as "slangs" que o povo inventa em inglês. Pra quem não sabe "slangs" são o que chamamos de gírias, expressas na linguagem falada, de forma coloquial.

Olhem a que recebi hoje. Bem atualizado esse povo.  Gostei. 
Segue abaixo:

Obama Baby
A child conceived after Obama was proclaimed President by way of celebratory sex, or any baby born under Barack Obama's term(s).
I was born July 2009. I'm an Obama baby!



Segue o link pra quem quiser se cadastrar: http://www.urbandictionary.com/